sexta-feira, 5 de junho de 2020

O que jogamos na quarentena

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Ficar em casa e evitar contato social é uma das formas mais efetivas de conter a proliferação do novo coronavírus. Aposto que você já ouviu e leu muito isso, né? Mas enquanto as coisas estão ruins lá fora, o melhor mesmo que a gente pode fazer é ficar em casa e finalmente fazer aquela jogatina que estávamos adiando há tempos. Já que nossos integrantes têm bastante a falar sobre o assunto e quem sabe haja uma parte 2 desse texto, confere aí o que jogamos na quarentena :)




Iraci Falavina - NewRO

Para a galera dazantiga, Ragnarok Online e seus servers ao redor do mundo foram o ritual de passagem para o mundo dos RPGs. Pra quem não conhece, Ragnarok Online é um MMORPG coreano baseado na mitologia nórdica, e foi o primeiro MMORPG traduzido oficialmente para a língua portuguesa. O jogo tem um sistema de classes, em que as básicas se dividem em Espadachim, Mago, Arqueiro, Mercador, Gatuno, Noviço e Taekwon. Cada uma dessas classes básicas pode dar origem a duas outras evoluções, que por fim possuem suas evoluções finais. Na esmagadora maioria do meu tempo no jogo, minhas personagens eram Mercadoras, que evoluíam para Alquimistas e, por fim, Criadoras.

Quando eu era criança, jogava um servidor chamado “RagManiacos” e eu era quase boa. Alguns caras simplesmente me davam itens valiosos pelo fato de eu ser uma menina (sem brincadeira). Enfim, desde aquela época experimentei outros servers, com diferentes regras, e o próprio Ragnarok Original, que não possui nenhuma das facilidades que os outros servidores incluem. Nessa quarentena, pelo mesmo motivo que optei por Habbo Hotel para nosso outro texto (colocar link), decidi me aventurar novamente pelo mundo de Ragnarok. Quando o contato físico da convivência em sociedade não é possível, você pode se sentir menos solitário com jogos online.

NewRO traz algumas novidades além do que seus concorrentes oferecem. O jogo possui um evento de poring premiado, sistema de mineração por itens, os donates podem ser adquiridos por quests, os níveis máximos de base e job são 300/150 e o rate é alto (10k/10k/100x). Acho que a questão aqui era mais minha saudade do estilo do jogo do que o server em si.



Luiz Schmidt - Nioh 2

Em 2017 a produtora Koei Tecmo lançou em conjunto com a desenvolvedora Team Ninja, Nioh para Playstation 4 e PC. O jogo caiu nas graças de gamers do mundo todo, não foi surpresa quando a Koei confirmou uma continuação. No início de março deste ano, pouco antes do começo da quarentena, Nioh 2 foi lançado dando continuidade ao sucesso dessa nova franquia.

Nioh 2 é um RPG que não tem vergonha de trilhar o mesmo caminho de Nioh, muito pelo contrário: Nioh 2 é tão parecido com o primeiro jogo que você poderia até chamá-lo de Nioh 1.5. Seja ao analisar o enredo, cenários ou jogabilidade a semelhança entre os dois jogos é enorme.

Se você nunca jogou Nioh, não é problema começar com Nioh 2. A jogabilidade é similar, além disso o segundo jogo é um pouco mais fácil que seu antecessor. Os eventos narrados em Nioh 2 acontecem antes da história do primeiro jogo. Enquanto em Nioh, você controla William Adams, o samurai branco da vida real, chegando ao Japão em meio ao caos resultante da morte de Oda Nobunaga. Em Nioh 2 você criará seu personagem, apelidada(o) de “Hide” e acompanhará a ascensão de Nobunaga ao poder. O jogo mistura eventos reais de uma das eras mais conflituosas do Japão à uma história fictícia com demônios e pedras de magia. A narrativa é fraca, confusa, dificil de acompanhar e infelizmente os cenários continuam sem inspiração, chegando ao absurdo de alguns cenários serem diretamente copiados do primeiro jogo.

Nioh 2 é um jogo com alta dificuldade, as primeiras missões são brutais e é difícil concluí-las sem morrer inúmeras vezes. Com o decorrer do jogo, no entanto, você desbloqueia novas habilidades e consegue equipamentos melhores. Não é surpresa que ao final do jogo você esteja tão apelão quanto os inimigos que precisa derrotar.

A jogabilidade continua o ponto alto da franquia: a grande variedade de armas, que vão de espadas, lanças, machados a tonfas (o famoso cacetete) e Kusarigamas, adiciona muita estratégia ao jogo. Cada arma possui 3 diferentes posturas (Alta, média, baixa) com golpes e combos diferentes. Aliado a isso você ainda pode utilizar técnicas ninja, magia, ou habilidades de Yokai. Essas habilidades de Yokai são a grande novidade de Nioh 2, e sem dúvida, se tornam a melhor parte do jogo. Cada inimigo tem uma habilidade diferente, ao derrotá-los a habilidade passa a fazer parte do seu arsenal.

Nioh 2 é um bom jogo, divertido e desafiador. Se você gostou do primeiro, com certeza irá gostar do segundo. Se você só jogou o segundo e gostou, com certeza deveria comprar o primeiro. Pensando bem, essa deve ser a estratégia da Team Ninja: lançar jogos parecidos para agradar os mesmos fãs. Então quando lançarem as futuras DLCs, anunciadas um dia depois do lançamento do jogo, você já sabe o que esperar.


Ana Paula Voigt - Red Dead Redemption 2

Lançado em 2018, o jogo Red Dead Redemption 2, desenvolvido e publicado pela Rockstar Games, revisita o Velho Oeste oito anos depois do sucesso aclamado pela crítica de 2010, Red Dead Redemption. Logo no início da quarentena, em meados de março, resolvi me render à experiência sem saber o que esperar, afinal não tive a oportunidade de jogar o primeiro título. Estava apenas ciente da legião de fãs e admiradores da franquia, que impactou a década e concedeu à Rockstar, junto com a saga Grand Theft Auto (GTA), uma reputação e tanto na indústria. Um mês e meio depois, concluo o que hoje julgo ser uma das melhores experiências que já vivi em um videogame.

A campanha acompanha a perspectiva do fora-da-lei Arthur Morgan, membro da gangue Van der Linde, anos antes dos eventos do primeiro jogo, tratando-se, assim, de uma prequel.
Os quesitos técnicos e estéticos são impressionantes: o mundo aberto de Red Dead Redemption 2 corrobora para torná-lo imersivo e vivo. Poucos jogos são tão bem sucedidos em justificar a existência de um mundo aberto como esse, onde todos os ambientes, desde planícies vastas e verdes, pântanos misteriosos, cidades caóticas em pleno desenvolvimento e montanhas nevadas e inóspitas, dispõem de possibilidades de atividades e interações, como caçar animais, jogar dominó, caça ao tesouro, entre outros inúmeros eventos aleatórios. E eu garanto que em muitas oportunidades você se pegará explorando esse rico universo cavalgando em seu fiel cavalo por horas e horas, sem nem ao menos lembrar das missões principais que te aguardam; e poucas sensações se igualam a essa. É a liberdade orgânica concedida ao jogador que engrandece a experiência de Red Dead Redemption 2.

Quanto à jogabilidade, a ênfase vai para os combates ofensivos e tiroteios frenéticos, sempre acompanhados de uma trilha sonora à altura da tensão e adrenalina vivida em um legítimo faroeste. Senti falta da presença de mais elementos e mecânicas furtivas durante as missões, mas felizmente o jogo consegue se reinventar e não se torna monótono com sequências de ação de tirar o fôlego.

A trama, por fim, é um dos grandes trunfos de Red Dead Redemption 2. Personagens carismáticos, envolventes e com personalidades bem demarcadas intensificam o sentimento de cumplicidade em bando, aproximando o jogador emocionalmente do grupo e o fazendo zelar pelo bem-estar de todos (ou quase todos). Arthur Morgan é, definitivamente, um dos protagonistas mais bem escritos da geração, e cabe ao player agir conforme a reputação e a honra que almeja para o personagem enquanto o mesmo desconstrói suas crenças e certezas, embarcando numa jornada de redenção e busca por identidade.

Red Dead Redemption 2 é uma obra de arte que merece ser apreciada por todos os amantes de uma boa história e de um gameplay fluido e equilibrado. Fica aqui a minha indicação!


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Escrito por

Núcleo de jornalismo de tecnologia e games da Universidade Federal de Santa Catarina. Criado por estudantes, coordenado por estudantes e mal redigido por estudantes

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